Infarto está se tornando cada vez mais comum em jovens
Até pouco tempo atrás os infartos ainda eram muito associados a pessoas que apresentavam baixa qualidade de vida e saúde. Também era comum relacionar-se a algo comum em pessoas com idade mais avançada.
Porém, os tempos estão mudando, e nisso se acende um sinal de alerta, afinal, os casos de infarto estão se tornando cada vez mais comuns em jovens e adultos abaixo dos 40 anos de idade.
Para se ter uma ideia, dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a cada dois minutos uma pessoa morre devido a uma doença cardiovascular. Para piorar, apenas 2% dos brasileiros conseguem reconhecer os sintomas de um infarto. Segundo o médico cardiologista Dr. Roberto Yano, “soma-se a tudo isso, um estilo de vida baseado em sedentarismo, tabagismo, estresse, hipertensão arterial e diabetes. Tudo isso pode levar a pessoa a correr sérios riscos de sofrer um grave problema no coração, ainda jovem”.
Além disso, o cardiologista revela que os sintomas de um do infarto agudo do miocárdio nos jovens são diferentes dos que acometem os mais velhos: “Em geral eles são típicos e mais intensos, com dor forte no peito irradiando para o braço esquerdo e mandíbula, sudorese fria, mal-estar, náuseas e vômitos”, destaca.
Em uma situação dessas, Dr. Yano ressalta que “o mais importante nos casos de infarto é o período entre o início dos sintomas até a desobstrução da artéria. É preciso lembrar que, quanto maior esse intervalo, maiores são as possibilidades de sequelas.”
Segundo o médico, alguns grandes fatores de risco para o infarto antes dos 40 anos são:
– Obesidade;
– Colesterol elevado;
– Má alimentação;
– Sedentarismo;
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Tabagismo;
– Estresse.
Mas como reverter isso? Para quem está no caminho errado, Dr. Roberto orienta uma mudança total de hábitos. “Esse deve ser o principal foco em uma estratégia para a prevenção do infarto entre jovens. Isso vale tanto para a prevenção primária quanto para o tratamento de quem está se recuperando de um infarto”.
Para quem deseja esta mudança, o cardiologista explica que, de imediato, “algumas medidas simples podem ser adotadas para afastar o risco de sofrer doenças cardíacas”.
– Pratique exercício físico regularmente;
– Evite alimentos fritos e industrializados;
– Durma bem;
– Evite o estresse no dia a dia;
– Dê importância ao lazer;
– Abandone hábitos prejudiciais, como excesso de bebidas alcoólicas e cigarro.
– Mantenha seus exames em dia e consultas com seu cardiologista;
“Os jovens não apresentam ‘circulação colateral desenvolvida’ uma condição mais comum em pessoas acima dos 40 anos e isso pode aumentar a mortalidade desses pacientes, no caso de um infarto”, reforça o médico.
Para quem não sabe, a maior parte dos processos de aterosclerose costumam levar alguns anos. Isso geralmente dá tempo para que o organismo encontre alternativas para fazer o sangue chegar ao coração. “A circulação colateral é uma dessas alternativas. Ela consiste na formação de novos e pequenos vasos sanguíneos, que acabam compensando uma eventual falta de irrigação causada por uma artéria entupida”, explica o cardiologista.
Existem também outros agravantes, como o histórico familiar. “Quem tem na família um parente próximo que teve um infarto com menos de 55 anos deve ter um cuidado extra”, pondera o médico. “Quando essa predisposição genética vem acompanhada de hábitos desregrados, surge o risco de desenvolver uma aterosclerose precocemente. Nos casos das pessoas com menos de 40 anos, essa combinação é potencialmente fatal”. Mas, antes de se alarmar, existe um caminho, lembra Dr. Yano: “Em caso de predisposição genética, recomenda-se manter um acompanhamento cardiológico a partir dos 20 anos de idade”, completa.